segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mala prenhe de Minas Gerais

Como adiantei no post anterior, fui para Minas Gerais, especificamente para Serra da Canastra, passando por Belo Horizonte. E como não podia deixar de ser, no razoável do esperado, voltei com a mala abarrotada e o corpo, digamos, cheinho. 


Mara Salles e eu nos hospedamos em três casas diferentes. Do amigo Luiz, em Belo Horizonte, na ida e na volta e, em São Roque de Minas, na casa de duas famílias de produtores de queijo que aparecem no filme O Mineiro e o Queijo, de Helvécio Ratton: a do Zé Pão e Romilda e do Zé Mário e Dete. Quem pensa que tomamos muita chuva,  engana-se. Quase nenhum pingo, só alguns escorregões no barro liso. A chuva veio chegando no nosso rastro ou no nosso anúncio, mas quase nunca não na nossa presença - sorte, sei lá. Enquanto isso, só uma pinguinha aqui, outra ali, uma caneca de alumínio areada com leite espumoso e quente direto da teta da vaca sobre café docinho acolá, muita comida boa feita na banha, prosa esparolada com repertório apreciável e pão de queijo da melhor qualidade. Mas prometo contar tudo com calma. Chegamos ontem à noite e hoje pela manhã tive um curso, de modo que não pude ainda organizar as fotos. E os relatos vão ficar muito mais interessantes acompanhados das imagens, que, a despeito da falta de técnica de quem vos fala, são fantásticas pela própria natureza. 


Na mala prenhe, muita história. De compra na Canastra, só os queijos de três diferentes produtores, um melhor que o outro. O resto é presente pra plantar em Piracaia: da Romilda e do Zé Pão, os alhos que repousam amarrados em buquê sobre a fumaça do fogão de lenha, bons pra replantar e também pra comer - algo defumados, o broto de bambu verde-e-amarelo, as sementes de cabaça e os coquinhos macaúba; da Dete e do Zé Mário, as manivas de uma mandioca branca e cremosa, muda de banana três-quinas, feijão rajado protegido com argila e rizomas de cúrcuma. Fora isso, algumas compras no Mercado de Belo Horizonte: ninhos de passarinho, requeijão de raspa, doce de mocotó, frutos de pequi e pimentas. Mas, vamos lá, tudo ao seu tempo, amanhã começo a contar.  

19 comentários:

noemi disse...

meu deus, neide, como você escreve bem!
muito bom ano novo pra você e pra todos nós!

sadhia disse...

oi flor feliz ano novo ..e adorei os mimos quem não gosta né ???? belos presentes bjokas sadhia

Heloisa de Mesquita Inoue disse...

Hummm... delicia!

Neide Rigo disse...

meu deus digo eu, noemi! um elogio desses vindo de você é como um queijo com goiabada derretendo. te vi no roda-viva entrevistando amós oz, mó orgulho! (http://www.youtube.com/watch?v=BeqV2gyyL9s&feature=fvsr)

beijo, n

Unknown disse...

O Marcado Central é um dos meus locais preferidos aqui em BH, uma paixão. <3

Pequi dá bastante lá na fazenda do meu pai, mas eu não gosto nem do cheiro! Lá ele faz com arroz, faz doce... :P

Estarei esperando o post com mais detalhes da viagem pra minha terra amada!

Gina disse...

E os doces de leite de Minas? Uma das minhas lembranças gustativas de infância era quando meu pai trazia de Minas "o" doce de leite!
O Brasil nos reserva muita coisa boa no quesito cultural gastronômico.
Bela viagem! Bjs.

Dricka disse...

Eita delicia! Estamos esperando ansiosamente. Eu, particularmente, sou apaixonada por Minas. Trem bão danado, sô!

Tá Bem Bom disse...

ola. como este país é rico, ô trem baum. leo

Rusty Marcellini disse...

Estou louco para "ouvir" as histórias da Canastra aqui no seu blog. Fico tão feliz em saber que você e a Mara gostaram da viagem à "nossa terrinha". Abração, do amigo Rusty.

Girafa... Gi+Rafa disse...

Uai...deu um vontade de conhecer Minas....

Ninha disse...

Mais quanta coisa, heim? Tenha um ótimo dia!

Anônimo disse...

Você conseguiu passar pelo corredor dos box de alimentação do mercadão sem provar um petisco? é quase impossível, né? Volte sempre à Minas, amamos uma boa prosa e pessoas dadas à simplicidade. Bjs. Izabel

Ana Canuto disse...

Bem devagar e quietinha como um bom mineiro, só pra nos atiçar.... e eu aqui assoberbada e cheia de curiosidade.
Beijo.

Bruna Buesso disse...

Queijos artesanais são gostosos. Faz um tempão que não como um. O último acho que foi mussarela, e queijo de nozinho...hummmmm

E Minas deve ser um local fantástico, espero ansiosa pelo dia que poderei conhecer este estado que parece ser tão aconchegante.

weirdcombos disse...

Neide,

Que legal viajando pelas Minas, delícia. É época de goiabas por lá, me dá água na boca de pensar naquelas compotas feitas no tacho de cobre :)

Saiu uma matéria sua sobre pimentas na iedição da Saveur, você já tem sua cópia? Quer que te mando?

Abração e feliz ano novo!

Heguiberto

Tá Bem Bom disse...

olá, lembreindeste postbhttp://www.pedromartinelli.com.br/blog/?p=6175

Neide Rigo disse...

Cela, pequi é igual coentro. Tem que adora e quem o deteste. Idiossincrasias.

Gina, como não sou muito de doce, não dei muita importância, mas sei que são muito bons.

Rusty, devemos esta viagem a você! Obrigada!

Girafa, demorou!

Izabel, eu experimentei vários petiscos no Mercado, incluindo o famoso fígado com jiló, chouriço com cebola etc.

Ana, estou quase virando mineira sô.

Heguiberto, pena que não vi muita goiaba por onde andei - adoro. Vão me mandar a Saveur, obrigada!

Leo, obrigada! Esta farinha mineira é maravilhosa! E que fotos do Pedro, hem?

Um abraço,
N

Angela Escritora disse...

Porque comprou ninho de passarinho? aquele que vira sopa?

Neide Rigo disse...

Angela, comprei ninho de passarinho de palha. Não é pra comer, não. É pra convidar passarinhos pra botar neles. Vou levar pra Piracaia. Quem sabe um canarinho não se aninha nele?